quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Memorial de leitura


Falar de leitura é falar de cada passo dado, de cada espinho encontrado e de cada página aberta. Na minha trajetória os meus pais, mesmo com todas as dificuldades, desde financeira até de aprendizagem almejaram sempre os melhor para seus filhos e tudo iniciou ao matricular-me em uma escola particular. Isso já ingressava indiretamente no âmbito da leitura. Apesar do trabalho realizado com leitura era baseado em uma obra que tinha como objetivo maio realizar uma atividade avaliativa. Mas isso já foi um começo.

Não lembro exatamente qual foi o meu primeiro livro lido, mas recordo abruptamente de uma capa e de um menino que escondia de um leão embaixo da cama ou outra de um cachorro que era leão. São apenas lembranças.

A fase mais marcante foi da 5ª a 8ª série, pois fui estudar em um colégio maior, com uma biblioteca enorme e deparei com a coleção Vagalume. Neste período tive o contato com A montanha Encantada, A ilha perdida, O caso da borboleta Atilha, Uma luz no fim do túnel, dentre outros. Sempre me destaquei mais nas aulas de Língua Portuguesa. Também sempre tive bons professores nesta área. Mas a leitura para mim ainda não era uma descoberta. Acredito que não tive um incentivo a qualidade de leitura, mas sim a quantidade de livros lidos apenas para medir meus conhecimentos.

No Ensino Médio, continuava a gosta de Língua Portuguesa e tinha maiores dificuldades na área de História. Hoje vejo o quanto esta falha interfere na temática de Literatura. Na época não recordo de pensar em algo sem necessidade como conteúdo. Estudava e me dedicava a todos. Neste período, deixei as lituras de lado. A adolescência fervilhava e desta forma não me encontrei muito com os livros.

Na universidade, foi justamente no curso de Letras que percebi o quanto deveria ter lido mais e tinha deixado muitos livros de páginas lacradas. Aqui já tinha uma experiência maior e sabia cobrar de mim mesma. Tive todo tipo de professores. Alguns excepcionais ao ponto de me incentivarem a produzir artigos em revistas. Consegui vislumbrar as minhas façanhas e descobri que era capaz de andar a passos longos. As leituras aqui eram mais teóricas, embora o curso de Letras propiciava a leitura de obras literárias com O cortiço, Memórias Póstumas de Brás Cubas, Memórias de um Sargento de Milícias , dentre outros. O livro mais marcante foi o cortiço e a partir deste fiz um ensaio monográfico que foi considerado um dos melhores da Tuma.

Após toda esta trajetória, estou como professora universitária de Literatura e ai sim era outra história. Fui apresentada realmente a leitura neste momento, quando um amigo me indicou vários livros e fui seguindo a risca, desde Lavoura Arcaica, Lobo da Estepe, O caçador de Pipas, Memórias de minhas putas tristes, O amor nos tempos de cólera, Édipo rei, Antígona, Macunaíma, Iracema, A menina que roubava livros. Foram leitura e mais leituras, lidas e relidas. Algumas foram regadas de muitas lágrimas, outras me preenchiam diante da minha solidão, outras pareciam estar rascunhando a minha história.

Enfim, sou leitora, sou completa e ainda mais me tornei poeta. Poeta de um tempo sem versos, poeta do silêncio das palavras ou das palavras do silêncio. E neste ínterim, atualmente derreti nas páginas do Meu pé de laranja lima e nas viagens do Pequeno Príncipe.

E minha missão é semear esta história e torná-la parte de muitas histórias de muitos outros leitores, porque ser leitor é encontrar com o mundo na ponta das mãos...

Gêneros e tipos textuais: dois caminhos na construção do sentido do texto



Através da linguagem agimos no mundo. Manifestamos nossas opiniões e emoções. Dizemos ao mundo que estamos e fazemos parte dele. E é por meio da linguagem que produzimos textos oral ou escrito, em relação ao contexto que fazemos parte. E de acordo com nossa vivência vamos criando textos variados de acordo com nossa situação de comunicação. São gêneros diversos que se inserem em nosso meio de acordo com a necessidade dos locutores.

A identificação e classificação dos gêneros dependem de fatores linguisticos e sociais, mas isso não se limita a estes aspectos, pois é possível deparar com a mistura de gêneros, com a predominância de um. Na verdade, é preciso identificar qual a finalidade para a qual o texto foi construído.

Os gêneros se dividem em dois grandes grupos: os literários e os não-literários. Cada um com suas particulares e estilo próprio. E dentre esta classificação há um número ilimitado de gêneros que a cada dia vai aumentando de acordo com a necessidade de comunicação.

Enquanto os gêneros são mais amplos e englobam uma situação sócio-comunicativa, a tipologia textual abarca uma estrutura interna e não acontece isoladamente. Na verdade, deparamos com sequências tipológicas predominantes que na sua estrutura consta das categorias gramaticais predominantes que levam o leitor a compreender o texto.

Desta forma, é inevitável a articulação entre gêneros e tipos, pois ambos se constroem linguisticamente.

Um pedacinho de mim...


Mulher do interior da Bahia, da cidade de Guanambi, nascida em setembro, filha de Elita Rita Brasileiro e Dilermano Leão Brasileiro. Quando criança adorava andar de bicicleta e brincar de biroscas com os meninos, usar o estilingue e sonhar muito com a chegada da minha bicicleta. Por muito tempo fui muito protegida por meus pais, tanto que fizeram o maior esforço para me matricular em uma escola particular. Minha mãe, apesar de não ter muitos estudos, contribuiu ativamente com minha educação. Estudava frequentemente comigo e incentivava minhas leituras.

Conclui o Ensino Médio em uma escola pública e ingressei no Magistério em função da minha mãe, pois ela achava que era um curso mais promissor. Assim segui nesta caminhada e ao conclui-la comecei a trabalhar na mesma escola particular que estudava antes e paralelo a isso iniciei o Adicional de Língua Portuguesa.

Após o adicional, ingressei no curso de Pedagogia e no ano seguinte comecei a lecionar em dois municípios (Guanambi - Matina). Ao concluir o curso de Pedagogia, iniciei a pós-graduação O Ensino de Língua Portuguesa através da Literatura e comecei a cursar Letras no município de Caetité. Na mesma época, tive o presente de ter a graça de ser mãe de Vinícius Eduardo. Era um sonho a conclusão deste curso e fiz todos os esforços para conclui-lo. Até mesmo sacrificar a minha família, que tanto contribuiu para isso.

Mas valeu a pena toda a dedicação, pois assim que conclui o curso de Letras fui aprovada para lecionar na mesma universidade que eu estudava. Foi um período de muita aprendizagem em que lecionei Literatura Brasileira, Prática Pedagógica e Estágio Supervisionado. Neste mesmo período ingressei em uma pós-graduação em Teoria e História Literária em Vitória da Conquista e realizei uma seleção para uma disciplina de mestrado em Salvador, Sociolinguística.

O ano de 2010 foi o ano mais tranquilo, iniciei o trabalho com GESTAR II e tive a oportunidade de conhecer novas formas de ver a educação. A teoria por si só não abarca o emaranhado de descobertas que a prática em sala de aula pode nos oferecer. Ainda mais quando o trabalho se desenvolve com educadores e podemos perceber como o processo de ensino-aprendizagem está realizando.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Auto-avaliação do GESTAR II


Avaliar sempre é muito complicado, diante da própria conjuntura do processo avaliativo. Sabemos das nossas falhas e principalmente dos nossos avanços. Somos parte de um processo que se iniciou e para que este acontecesse foi preciso muitas mudanças. Mudanças interiores e exteriores em função dos relacionamentos com outros que pensam de forma diferente.

As nossas idéias não são únicas, não são verdadeiras, porque cada um tem as suas ideologias, a sua vivência e sua história. Partindo disso e da gama de diversidade existente no nosso meio, fiz o necessário para levar as atividades mais dinâmicas, desde produção de textos, vídeos, músicas, literatura, dramatizações, leituras, quadrinhos, anúncios e uma variedade de atividades sugeridas nos TPs.

Foi preciso mudar toda a estrutura da proposta, pois deparei com uma problemática em que os professores não liam os TPs e com isso tive que especificar todos os tópicos abordados nos mesmos.

A oficina a cada dia tinha uma estrutura nova e para isso foi preciso muito esforço, noites inteiras buscando meios que pudessem tocar cada um dos educadores. Apesar de tudo isso, sinto me lisonjeada em fazer parte da família GESTAR. Sou outra profissional que ver na educação a base de todo a sociedade. Por tantas leituras e uma diversidade na prática nos sentimos incapazes, mas como não fui apenas formadoras, mas também apliquei muitas das atividades percebi o saber e o sabor de deparar com esta história

Reflexão formador-cursista


Medo, temor estas são as palavras iniciais. Apesar de conhecer o grupo não me sentia capaz de motivá-los, pois é uma realidade a descrença de nossos educadores. Ainda mais no meu município, que os professores enfrentam uma disputa acirrada com a prefeitura.

O início foi árduo em função da sobrecarga de atividades. Quando você tem muito a fazer é diferente de ter que cobrar dos outros. E isso fez com que alguns professores desistissem. Não sei realmente se esta foi a razão maior, pois alguns simplesmente nem comunicaram a saída.

Mas após a segunda formação, e que percebi que poderia caminhar com mais calma as coisa mudaram e perceber na última avaliação realizada uma satisfação muito grande, quanto ao curso e mais ainda quanto o meu trabalho. Isso me trouxe uma alegria tamanha, pois percebi diante a momentos de insegurança o quanto sou capaz de enfrentar muitas batalhas.

O grupo GESTAR II se tornou um grupo de amigas, que querem muito em relação a educação e estamos até planejando uma viagem para nós desfrutarmos um pouco.

A coerência e a coesão na costrução do sentido dos textos


O trabalho com coerência e coesão permite aos educadores perceber os elos que contribuem na conexão das palavras. Cada morfema irá conduzir o processo de textualidade, comprometendo o sentido literal do texto. Estes morfemas sejam eles livres ou presos determinarão quais os elementos antecedentes ou subseqüentes do elemento linguístico. O sintagma nominal irá nortear, em grande maioria, a tessitura das palavras.

Esta temática promoveu várias discussões e juntamente com isso a análise de vários textos. A coerência não se limita apenas propriamente no texto ou simplesmente na sua organização linguística; ela se constitui necessariamente no processo de leitura e interpretação dos textos. Associada a visão de mundo do leitor, a coerência compõe as pistas que favorecem a compreensão dos textos.

Na perspectiva da linguagem, a coerência textual se dá através da interação entre todos os envolvidos no processo de comunicação. O locutor e o interlocutor são pólos que compactuam com este jogo de comunicação.

Enquanto que a coerência se dá através da relação entre o texto e o contexto, a coesão se constrói na inter-relação entre as partes do texto. Isso nos faz intercalar ambas com o intuito de promover uma compreensão textual.

Neste prisma, o TP 5 nos fez discutir e aplicar uma gama de atividades propostas no AAA, a fim de instigar nos educandos o diálogo entre textos e sua diversidade.

As viagens de um principezinho




A leitura do Pequeno Príncipe nos faz perceber a simplicidade das pequenas coisas que na correria deste mundo são deixadas de lado e substituídas pela massificação deste tempo hodierno. E nas doces palavras do principezinho, na sua sabedoria e no cativar da raposa que nos deparamos com as portas que se fecham para o contato humano.

Cada vez mais as pessoas estão como o empresário que se preocupa com os números e os demais proprietários de cada planeta visitado pelo Pequeno Príncipe. O vaidoso se limita às pessoas que o admira; o geógrafo depende literalmente dos exploradores e do que estes têm observado no decorrer de suas andanças; o rei necessita de súditos para obedecer as suas ordens. Assim com estas alegorias, pode-se perceber em cada um destes moradores características do homem no seu dia a dia.

E com o personagem da raposa, o pequeno garoto encontra a amizade e a tristeza de saber a dor que fica ao deparar com a saudade das pessoas amadas. E com uma das frases que marca, o autor Antoine de Saint Exupery nos embala “Tu é responsável por aquilo que te cativas”.

O Pequeno Príncipe nos traz uma reflexão belíssima sobre o comportamento humano. Principalmente o comportamento das pessoas grandes, que agem indiferentes diante das coisas mais significativas. Na verdade, nos promove uma reflexão diante das certezas desde mundo moderno.

O trabalho com o livro supracitado nos oportuniza uma discussão pedagógica às coisas simples e importante do dia a dia. Como o olhar das crianças, o contato com as pessoas, o cativar, o mistério do país das lágrimas, a saudade das pessoas que estão distantes. É na alegoria da flor que representa os sentimentos citados nas frases abaixo: “O essencial é invisível aos olhos.”